Câmeras que não paravam de disparar seus flashes e um sorriso de orgulho. Esses eram os equipamentos dos familiares das dezenas de crianças integrantes do Pelotão Mirim do bairro Matinha, que receberam 400 kits com uniformes e material esportivo doados pelo Governo do Estado, na manhã deste sábado (16). Os 225 meninos e meninas de 7 a 14 anos ainda percorreram as ruas da região, levando cartazes com mensagens contra o crack, antecipando a 1ª Caminhada Piauí sem Drogas, que ocorre no domingo (17), a partir das 8h.
A senhora Rosa Maria Silva Nonato era uma das pessoas mais empolgadas na cerimônia. Ela tirava fotos, fazia vídeos e ainda empunhava um cartaz que ela mesma fez contra as drogas. Tudo isso para apoiar sua neta, Débora Nonato Santos, de 10 anos, que entrara recentemente no Pelotão Mirim e faz atividades na sede das Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone). “Sinto orgulho porque ela já era uma menina educada, mas o comportamento melhorou ainda mais. Além de evitar que ela fique solta pelas ruas, o Pelotão faz com que ela se esforce na escola e tenha disciplina”, declarou.
Débora também diz gostar muito de estar no projeto e já tem suas atividades favoritas. “Eu gosto muito do caratê e do jiu-jitsu. Já aprendi muita coisa”, diz a menina, que apesar da idade, já tem quase 1,70 de altura.
Na cerimônia de entrega dos kits, o comandante-geral da Polícia Militar do Piauí, coronel Rubens Pereira, ressaltou a importância do projeto. “O Pelotão Mirim é uma frente que atua na prevenção e conscientização das crianças, evitando que elas se envolvam com as drogas e o crime”, afirmou o militar, que representou o governador Wilson Martins, no ato.
O coordenador estadual de Polícia Comunitária e Cidadania, coronel José Lucimar Oliveira, destaca que em Teresina existem 54 unidades do Pelotão Mirim e outras estão em fase de implantação. Há também dois pelotões no município de Angical e um em Batalha. “Em todo o Estado são aproximadamente 5.800 crianças atendidas. Nosso objetivo agora é ampliar (o projeto) para as zonas Sul e Sudeste da capital”, pontua.
De acordo com o tenente Valdir Pereira, presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública do 1º BPM, a procura das mães que desejam colocar seus filhos no projeto é grande. E elas também tem uma grande participação como diz o vice-presidente do conselho, Euclides Flho, o Mureco: “Muitas delas ajudam limpando a escola, preparando a merenda. É uma grande interação, que traz benefícios para muita gente”, diz.
Para o comandante do Rone, capitão Fábio Abreu, a proximidade das crianças também ajuda na imagem da polícia perante a sociedade. “Nós sentimos isso através do retorno das crianças e dos familiares, que estão mais próximos da gente”, observa.
Para integrar o Pelotão Mirim, a criança deve ter entre 7 e 14 anos e estar matriculada na rede de ensino. As atividades acontecem geralmente aos sábados em escolas públicas ou outros locais, como é o caso da sede do Rone que abriga diversas atividades para as crianças do bairro Matinha e adjacências.
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